Estudos comprovam que técnicas orientais, como a acupuntura, podem ajudar a equilibrar o organismo para receber o bebê
Ter um filho pode se tornar um desafio para entre 8 e 12% dos casais em idade fértil, segundo dados da Organização Mundial de Saúde. As principais dificuldades para engravidar são ocasionadas por problemas de saúde, alterações hormonais, estresse, tabagismo e até uma alimentação inadequada. Para não ser pega de surpresa, o recomendado é se planejar e adotar estratégias que vão auxiliar o corpo nessa nova fase, como a medicina chinesa.
A fisioterapeuta e acupunturista Aylla Gomes, CEO do Instituto Pariens, especializada em fertilidade, explica que a medicina oriental trabalha com um preparo que começa três meses antes do início da tentativa. Esse tempo é o mínimo necessário para equilibrar o corpo. “Muitas mulheres que estão tentando engravidar apresentam ciclos menstruais irregulares, dismenorreia, dispareunia, enxaqueca, dor nas pernas e na lombar, coágulos, irritação, TPM e acreditam que são sintomas considerados normais, mas não são normais, são desequilíbrios que precisam ser tratados. O objetivo do tratamento começar três meses antes é buscar o equilíbrio do corpo e, com a utilização das técnicas da Medicina Tradicional Chinesa, os sintomas são tratados e consequentemente as chances de gestar aumentam”, explica a especialista.
O nutricionista Omar de Faria, especializado em endometriose, fertilidade e gestantes, explica que com os três meses de antecedência é possível fazer a chamada “programação metabólica”. “Tudo o que nós estamos fazendo nesse período, como as características de estilo de vida, sono, alimentação, atividade física, assim como também os pontos negativos como bebida, má alimentação, cigarro, etc., tudo isso vai ser inserido no nosso DNA”, afirma Omar, que lembra que essas informações positivas também são repassadas para o bebê, por meio do gene, o que significa menores chances do desenvolvimento de doenças, principalmente na fase de adolescência e adulta. “O que a gente faz é programar os genes do filho, para evitar possíveis desenvolvimentos de doenças ao longo da vida dele e reduzir as possibilidades de Transtorno de Déficit de Atenção e autismo, por exemplo.
O especialista lembra que caso a gravidez não tenha sido planejada, as suplementações a serem realizadas no processo de gestação também são essenciais para reduzir as possibilidades de alterações no feto. “Elas são determinantes para reduzir as chances do feto ter alterações metabólicas, como o estresse fetal. No caso do ferro, por exemplo, ele pode evitar quadros de autismo ou hiperatividade, já a vitamina A evita complicações devido a anemia e outras alterações. E na adolescência e fase adulta, esse bebê deve ter menos problemas como diabetes, hipertensão, problemas relacionados ao metabolismo do colesterol e ate mesmo menos possibilidade de doenças como câncer”, explica Omar de Faria.
Outro especialista que pode ajudar nesse momento é o endocrinologista. Isso porque o sistema endócrino pode ter papel fundamental na fertilidade de homens e mulheres. A endocrinologista especialista em fertilidade e emagrecimento do Instituto Pariens, Andréia Carvalho, explica que é importante avaliar os níveis hormonais para garantir que estejam equilibrados para a evolução de uma gravidez saudável. “Algumas condições endócrinas, como diabetes, obesidade, alterações da tireoide, hipogonadismo ou síndrome dos ovários policísticos (SOP), podem afetar a fertilidade e a evolução da gravidez. Em caso de pessoas com condições endocrinológicas já pré-estabelecidas, pode ser necessário ajuste ou troca das medicações”, destaca.
Um dos principais fatores que devem ser amenizados nas futuras tentantes é o estresse, que pode provocar alterações nas funções do sistema reprodutor feminino. “Há estudos que mostram que situações de estresse podem provocar alterações nas funções ovarianas, receptividade endometrial, na produção hormonal e principalmente comprometimento da função sexual, onde muitas mulheres relatam falta de libido e os homens, dificuldade de ereção. Por isso, além de apoio psicológico, é importante que o casal integre na sua rotina atividade física, meditação, acupuntura, descanso adequado, atividades de lazer e adote uma dieta balanceada para reduzir os impactos do estresse no organismo e, consequentemente, melhora da fertilidade”, explica Aylla Gomes, que complementa que “estudos comprovados cientificamente mostram que a acupuntura, com estímulos de pontos específicos, é capaz de reduzir as concentrações de cortisol – o hormônio do estresse – e regular a produção e secreção central e periférica de beta endorfinas, que pode impactar a secreção e níveis de GnRH e, consequentemente, desempenhar um papel importante na melhora da ovulação e fertilidade”.
Para se organizar e garantir o máximo de saúde possível para o seu bebê, portanto, os principais conselhos dos especialistas são: melhorar a alimentação, praticar atividades físicas, estabelecer uma rotina de sono e controlar o estresse e ansiedade. Mas para isso é importante ter um bom acompanhamento profissional e investir em técnicas como a acupuntura, que, segundo Aylla, pode:
* Regular a parte hormonal e ciclo menstrual;
* Reduzir ansiedade e estresse;
* Minimizar processos inflamatórios e dores;
* Auxiliar na quantidade e qualidade de espermatozoides;
* Melhorar o fluxo de sangue na região do útero e ovários, podendo melhorar as condições para o recebimento do embrião.
Fonte: Ipê Brasília