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Correio Braziliense: Bolsa se mantém em alta e tenta se recuperar após despencar quase 4%

Especialistas acreditam que volatilidade deve persistir até o fim da semana em razão do cenário político ainda inflamado pelos atos de 7 de Setembro

Após queda de 3,78% no Ibovespa e alta de 2,93% no dólar, que fechou ontem a R$ 5,32, a Bolsa de Valores tenta se recuperar e se mantém em alta, nesta quinta-feira (9/9), porém ainda oscilante. A volatilidade nos preços dos papéis mostra reação do mercado financeiro aos atos políticos de 7 de Setembro. Às 11h47 de hoje, o índice do Ibovespa avançava 0,37%, aos 113.834,18 pontos. Pouco tempo depois, às 1210, a variação era de 0,25%.

O clima de tensão entre os investidores e a instabilidade nas ações deverão se manter somente enquanto o cenário político estiver inflamado pelas recentes declarações do presidente Jair Bolsonaro e por ruídos domésticos como a paralisação dos caminhoneiros, que preocupa os investidores. É o que explica o economista José Luís Oreiro. “O mercado financeiro vive muito de curto prazo, em uma semana deve-se reverter uma parte dessa queda”, afirma o professor da Universidade de Brasília (UnB).

Para o advogado tributarista Renato Mainardi, o mercado está em estado de observação neste momento, sobre como os agentes públicos irão se comportar nas próximas semanas. Ele reforça que os discursos de Bolsonaro nas manifestações pró-governo, geraram instabilidade política e destaca que o levantamento sobre a possibilidade de impeachment no país, real ou não, também afasta os investidores.

“A Bolsa fechou em queda após aprovação do impeachment da (ex-presidente) Dilma (Rousseff), e o mercado está reagindo agora da mesma forma. O investidor fica com medo, pois a fala do presidente demonstrou uma ruptura na instabilidade da segurança jurídica e numa possível ação de responsabilidade do presidente”, explica Mainardi.

Polarização política x mercado

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, comentou sobre o agravamento dos ruídos políticos e seus reflexos no mercado financeiro. Campos preferiu não comentar de forma direta os atos mais recentes do chefe do Executivo, mas afirmou que as previsões para 2022 têm recuado diante do aumento das incertezas fiscais e ruídos políticos. O presidente do BC disse, ainda, que é preciso entender de que forma essas incertezas impactam na inflação e no crescimento econômico, e reafirmou o compromisso da instituição financeira com o controle fiscal.

“Da nossa parte, acho que o que podemos dizer é que vamos usar os instrumentos que dispomos para garantir que alcancemos isso”, afirmou, em referência ao controle da inflação. “Temos independência total agora, e vamos usar isso de uma forma que nossos únicos compromissos sejam garantir que atingiremos nossas metas. É todo o meu desejo e é isso que vamos fazer”, completou.

As declarações foram feitas durante conferência virtual promovida pelo Credit Suisse, na quarta-feira (8). Campos Neto também comentou sobre as eleições de 2022 e sobre a polarização política no país, que, segundo “uma teoria”, afeta a inflação. “Existe uma teoria geral de que serão eleições polarizadas, e quem quiser ganhar terá que se mover para o centro, o que tornaria o cenário mais amigável para o mercado”, disse o presidente do BC.

O economista José Oreiro explica que essa aproximação do centro, para o presidente Bolsonaro, pode ter sido prejudicada após as declarações do último feriado nacional e em razão de pautas do governo que atingem o eleitorado. “Não acredito que o Centrão irá pagar o custo político de apoiar, por exemplo, a reforma administrativa, que vai contra os interesses dos servidores públicos que são uma entidade bastante organizada e que terá grande efeito nas eleições de 2002”, explica.

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